
ENTREVISTA
De volta ao passado...
Marizete Robles Cordeiro da Silva, 56 anos
"ENTREVISTADORA: Onde você mora?
MARIZETE: Eu moro na Vila Formosa.
ENTREVISTADORA: A quanto tempo você mora na Vila Formosa?
ENTREVISTADORA: Eu sou nascida e criada na Vila Formosa.
ENTREVISTADORA: E quanto tempo você está na Vila Formosa, você passou a infânciana Vila Formosa ou nos bairros adjacentes?
MARIZETE: Eu sou moradora a 56 anos, desde de quando eu nasci. E conheço a região desde pequena.

Antigamente, quando a gente era pequena, onde hoje é a faculdade UNICSUL. Algumas pessoas falavam que era um internato de crianças, e a cabeça de criança não entendia muito bem o que seria. Então quando a gente passava de ônibus em frente, eu sempre ficava olhando para ver se eu via alguma criança, alguma coisa porque era um mistério ali.
imagem: Associação Feminina Beneficente e Instrutiva Anália Franco
Fonte: Gazeta do Tatuapé
ENTREVISTADORA: Você conhece o bairro Jardim Anália Franco?
MARIZETE: Sim, coconheço. Antigamente, quando a gente era pequena, onde hoje é a faculdade UNICSUL. Algumas pessoas falavam que era um internato de crianças, e a cabeça de criança não entendia muito bem o que seria. Então quando a gente passava de ônibus em frente, eu sempre ficava olhando para ver se eu via alguma criança, alguma coisa porque era um mistério ali. Eu de criança nunca soube verdadeiramente o que se passava, só que era um orfanato só de meninas.
ENTREVISTADORA: A parte do shopping, tinha alguma outra construção ali?
MARIZETE: Não, ali era só mato, mato e só tinha a construção mesmo onde que é a UNICSUL. Não tinha nada ali, nada de Carrefour, nada de nada. Prédios então. Ali só ficou famoso, chique, que o pessoal fala o segundo Morumbizinho que falam, costumam dizer, depois de muitos e muitos anos. Mas no meu tempo mesmo que a gente passava de ônibus volta e meia, era isso que eu falei aqui.
ENTREVISTADORA: E você conhece pessoas que viviam por ali, ou frequentavam ali? E se, se tinha algum tipo de diversão ali?
MARIZETE: Não, não tinha nada. Meu pai que foi morador desde 1951, 1952, ele diz que para trabalhar era muito difícil. Ele trabalhava na Radial Leste, onde hoje é a Kalunga. Então para pegar um ônibus para chegar até lá era uma dificuldade. Tinha até história que a gente ouve, que o pessoal fala de fantasma de tanto mato que era. Quando ele passava,
ele nem olhava para trás de tanto medo que falavam que tinha fantasma. Mas população, que começou naquela época a ter por ali.
ENTREVISTADORA: E isso que ano mais ou menos, que a sua família veio pra cá?
MARIZETE: Então, meu pai acho que foi em 1952, depois ele casou em 196, aí ele voltou para região. Mas até hoje tem a residência que era que ele morava, que é na Vila Formosa.
ENTREVISTADORA: Muito obrigada!"
São Paulo,
Thamarys Robles Cordeiro da Silva, Amanajé.